Acaba o ano, sucessão de folhas mortas, caminho de luzes baixas, com futuros inesperados. O futuro é o trabalho do presente. Alguém tem de cuidar do futuro, ou o passado morre.
O fim do ano deixa-me sempre nesta espécie de corredor, a Terceira Sinfonia de Sibelius, o fim tocado pelo princípio.
Por isso leio, cada ano no fim, este poema das Odes de Rumi (Livro de Mesnavi), poeta persa do século XIII, de cultura sufi. Cá segue uma tradução pessoal, com falhas, mas saboreada, com votos de um ano novo.
Somos como a flauta, e a música em nós é tua; somos como a montanha e o eco em nós é teu. Somos como as peças do xadrez envolvidas em vitória e derrota: a nossa vitória e derrota é tua, Ó tu, de saborosas qualidades;
Quem somos nós, ó tu, alma das nossas almas, que persistimos em ser longe de ti? Nós e as nossas vidas somos verdadeiramente não vidas; mas tu, ser absoluto, revelas o perecível.
Todos nós somos leões, mas leões numa bandeira: pelo vento que eles impelem para diante momento a momento. A sua…
O fim do ano deixa-me sempre nesta espécie de corredor, a Terceira Sinfonia de Sibelius, o fim tocado pelo princípio.
Por isso leio, cada ano no fim, este poema das Odes de Rumi (Livro de Mesnavi), poeta persa do século XIII, de cultura sufi. Cá segue uma tradução pessoal, com falhas, mas saboreada, com votos de um ano novo.
Somos como a flauta, e a música em nós é tua; somos como a montanha e o eco em nós é teu. Somos como as peças do xadrez envolvidas em vitória e derrota: a nossa vitória e derrota é tua, Ó tu, de saborosas qualidades;
Quem somos nós, ó tu, alma das nossas almas, que persistimos em ser longe de ti? Nós e as nossas vidas somos verdadeiramente não vidas; mas tu, ser absoluto, revelas o perecível.
Todos nós somos leões, mas leões numa bandeira: pelo vento que eles impelem para diante momento a momento. A sua…